Benefícios neurológicos da atividade física

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Benefícios neurológicos da atividade física

Escrito por: Fernanda Ortiz

A prática da atividade física tem sido amplamente reconhecida por seus benefícios para a saúde, mas os impactos positivos vão muito além da perda de peso ou do ganho de massa muscular. Quando feito com frequência regular, o exercício provoca uma série de reações no cérebro. Isso ocorre especialmente devido à produção e liberação de neurotransmissores que participam da regulação de inúmeras funções cognitivas, contribuindo significativamente para a saúde mental e o bem-estar geral.

De acordo com o nutricionista clínico e esportivo Victor Tarini, professor do curso de Educação Física do Centro Universitário Adventista de São Paulo (UNASP), a atividade física desencadeia uma maior conexão entre os neurônios. “Além da ativação do córtex frontal, da área de funcionamento executivo e do planejamento, ocorre aumento da produção e liberação de neurotransmissores que atuam na comunicação entre as células, melhorando as habilidades cognitivas”, comenta.

Produzida pelo organismo ao movimentar o corpo, a endorfina é o principal hormônio ativado durante a atividade física. “Ao atuar como um analgésico natural, alivia dores e o efeito do estresse e contribui para reduzir sintomas de ansiedade, agitação e irritabilidade durante o dia”, descreve o especialista. Além disso, a endorfina ativa as sensações de euforia e recompensa, motivando uma rotina mais ativa. Ao longo do tempo, esse hormônio é capaz de aumentar a disposição, fortalecer o sistema imunológico e melhorar a qualidade do sono.

Outros benefícios 

A dopamina é outro neurotransmissor relacionado com o sistema de recompensa, influenciando a motivação, atenção, determinação e o prazer durante a realização das atividades físicas, principalmente ao começar a se exercitar. A liberação de dopamina favorece a hipertrofia, a saúde intestinal, a memória e o controle da motricidade. “A prática regular de exercícios físicos também ajuda na liberação da serotonina, que é capaz de auxiliar no controle do ritmo cardíaco e diminuir a predisposição ao desenvolvimento de hipertensão, doença arterial coronariana e vários outros problemas cardiovasculares”, explica o professor.

A norepinefrina, por sua vez, melhora a atenção e a concentração. Já a irisina, hormônio liberado especialmente pelos músculos, ajuda no gasto energético por meio dos lipídeos e pode ter boa contribuição no processo de emagrecimento, principalmente em casos de obesidade. De acordo com o docente, a atividade física possibilita que todos esses neurotransmissores trabalhem em conjunto reduzindo ou prevenindo sintomas de depressão e ansiedade, por exemplo. “Além disso, melhora a função cognitiva e o desempenho do fluxo sanguíneo para o cérebro, o humor e a motivação, resultando em uma melhor saúde física e mental”, acentua.

Saúde mental

O professor reforça que participar de atividades físicas e esportes coletivos amplia os benefícios para a saúde e o bem-estar, pois fortalece o senso de comunidade e de pertencimento, melhorando as habilidades de socialização e reduzindo o isolamento social. “Tais interações positivas contribuem intimamente para a saúde mental e o bem-estar emocional, pois aumentam a motivação, o comprometimento, a superação e a disputa saudável, criando um ciclo virtuoso de benefícios”, finaliza.

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