Muito comum entre os idosos, as quedas são a maior causa externa de complicações médicas e de mortalidade em pessoas com mais de 75 anos no Brasil. O tema é tão preocupante que a Organização Mundial da Saúde (OMS) instituiu o Dia Mundial de Prevenção de Quedas (24 de junho) para alertar sobre os riscos, a prevenção e a adoção de medidas de segurança, principalmente em casa – já que 70% dos acidentes acontecem no domicílio –, para garantir o bem-estar e a saúde dessa população.
As quedas podem resultar em lesões graves, como fraturas de quadril, traumatismos cranianos e lesões na coluna vertebral, podendo evoluir para complicações significativas e, em casos extremos, ao óbito. Estimativas do Ministério da Saúde apontam que um em cada três indivíduos com mais de 65 anos sofra uma queda, e que um entre 20 destes tenham fraturas graves ou necessitem de internação. Caso ocorram quedas, é importante buscar ajuda médica imediata para determinar se há outros fatores de saúde associados.
Os fatores de risco que mais se associam às quedas são a idade avançada, o gênero (mulheres são mais suscetíveis a sofrer quedas), imobilidade, fraqueza muscular de membros inferiores e das mãos, falta de equilíbrio e dano cognitivo, entre outros. Os riscos dependem da frequência de exposição ao ambiente inseguro e do estado funcional do idoso. Para evitar acidentes, é fundamental manter a funcionalidade do idoso com atividades físicas direcionadas ou fisioterapia com foco no desenvolvimento de agilidade, força, equilíbrio, coordenação e melhor mobilidade.
Segundo o médico geriatra Emílio Moriguchi, docente do Departamento de Medicina Interna da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), também é preciso tornar o ambiente acessível e livre de barreiras. “Piso plano sem desníveis, evitar tapetes e carpetes soltos, instalar corrimãos nos locais com risco de quedas, utilizar calçados antiderrapantes e manter ambientes iluminados, preferencialmente com sensor de movimento, são alguns dos cuidados necessários para aumentar a segurança”, alerta. Soma-se a essa lista a adoção de uma dieta equilibrada, rica em cálcio e vitamina D, atenção à saúde emocional, sono de qualidade, uso correto de medicamentos contínuos e consultas regulares no médico generalista para assegurar a saúde de forma global.