Colite de derivação fecal

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Transplante para colite de derivação fecal

Escrito por: Elessandra Asevedo

A enterostomia é um procedimento frequentemente realizado em cirurgia gastrointestinal. Na medida em que a incidência de câncer colorretal e outras doenças intestinais aumenta, o número de pacientes que necessitam do procedimento permanente ou profilático também cresceu. Embora ajude os pacientes a comer cedo e se recuperar rapidamente após a cirurgia, a enterostomia altera o canal fisiológico da excreção fecal normal, incorporando uma porção do intestino em um tubo intestinal permanente e levando a complicações como a colite de derivação fecal (DC).

De acordo com pesquisadores chineses, muitas doenças, particularmente aquelas que envolvem o sistema digestivo, demonstraram estar correlacionadas com a microbiota intestinal. “Estratégias de transplante que utilizam a microbiota intestinal foram aplicadas no tratamento de doenças inflamatórias intestinais, como a doença de Crohn e a infecção por Clostridium difficile, com bons resultados”, explicam. Por isso, esses pesquisadores trataram com sucesso um paciente com colite de derivação fecal grave com colocação de estoma ileal e transplante microbiano fecal alogênico (FMT).

O homem, de 69 anos, apresentou um tumor maligno perfurado no cólon descendente e um abscesso ilíaco. O paciente foi submetido à ressecção laparoscópica radical do tumor do cólon sigmoide e ileostomia profilática. No entanto, a colonoscopia de acompanhamento, três meses após a cirurgia, revelou congestão e edema difusos da mucosa intestinal juntamente com hiperplasia folicular inflamatória granular, levando ao diagnóstico de colite de derivação fecal grave.

Transplante microbiano fecal

Os responsáveis observaram que vários tratamentos locais foram malsucedidos e a análise das fezes do paciente revelou uma redução na diversidade da microbiota intestinal e um aumento em alguns gêneros condicionalmente patogênicos. “Então, consideramos realizar FMT alogênico de um doador jovem e saudável”, afirmam os pesquisadores.

Assim, um tubo de drenagem foi inserido no cólon ascendente através da parte distal do estoma intestinal e uma solução bacteriana diluída em solução salina de 50ml foi injetada através do tubo por seis dias consecutivos. O procedimento foi repetido duas semanas depois.

Após as duas rodadas, tanto o sangramento da mucosa intestinal quanto o edema melhoraram significativamente, assim como a diversidade da microbiota intestinal. De acordo com os cientistas, o resultado positivo do FMT alogênico, neste caso, destaca as vantagens potenciais que este procedimento pode oferecer aos pacientes com colite de derivação fecal. No entanto, poucos estudos se concentraram neste tipo de transplante fecal e pesquisas mais aprofundadas são necessárias para obter um melhor entendimento. O estudo ‘Successful allogeneic fecal microbiota transplantation for severe diversion colitis: a case reportfoi pulicado no Sage Journals em 2024 .

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