Testes moleculares para tireoide

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Testes moleculares para nódulos de tireoide

Escrito por: Elessandra Asevedo

Os nódulos de tireoide são muito frequentes, podendo ser identificados em até 50% da população por meio do exame de ultrassonografia. Atualmente, por meio da alta tecnologia dos testes moleculares é possível analisar esses nódulos de tireoide em casos específicos. Com cerca de 10 anos no mercado brasileiro, esses testes devem ser indicados quando outros meios de diagnóstico não conseguem definir a natureza do nódulo, classificando como indeterminado. Esses nódulos correspondem de 10% a 40% dos achados na tireoide.

Dessa forma, se necessário e indicado, o teste molecular poderá avaliar a informação genética da célula puncionada. Por meio da análise, o patologista poderá avaliar as mutações e outros achados moleculares, como rearranjos gênicos, expressão de RNA e microRNA, que seriam responsáveis pelo câncer de tireoide. “O teste deve ser realizado apenas quando ainda restarem dúvidas sobre malignidade ou benignidade do nódulo mesmo após a citologia e o ultrassom do paciente”, afirma a médica endocrinologista Carolina Ferraz, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) – regional São Paulo.

Atualmente, existem quatro testes moleculares disponíveis no mundo. Mas, no Brasil, há somente um teste 100% nacional e outro em que a coleta é feita no País e a análise é realizada nos Estados Unidos. Entretanto, devido ao custo elevado – o teste nacional gira em torno de R$ 4 mil e o enviado para o exterior é de aproximadamente US$ 4,5 mil –, esses testes ainda não estão disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS). “O nódulo do tipo indeterminado não depende do sexo ou da faixa etária. E é fundamental a técnica da punção e a experiência do patologista para analisar as células”, pontua a médica.

Classificação

Os nódulos de tireoide são classificados como benigno ou maligno de acordo com a classificação internacional Bethesda, que vai de 1 a 6. O Bethesda 1 não tem quantidade suficiente de células para avaliação, enquanto o Bethesda 2 significa que o nódulo é benigno. As classificações Bethesda 3 e 4 são para os nódulos indeterminados. O Bethesda 5 indica suspeita de malignidade e o Bethesda 6 indica que o nódulo é maligno.

Em geral, nódulos de tireoide são mais comuns em mulheres acima de 50 anos, embora também seja possível encontrar em alguns homens. Entretanto, de acordo com a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), a maioria dos nódulos é benigna. Da mesma forma, o câncer de tireoide é raro, afetando cerca de 5% das pessoas que apresentem nódulos na região.

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