A Síndrome de Guillain-Barré, uma polineuropatia inflamatória desmielinizante aguda, é uma doença autoimune que inicia a inflamação em um ou mais tecidos ou órgãos. Geralmente, a síndrome é desencadeada por uma infecção prévia e pode ser de cunho respiratório ou intestinal. Diarreia, pneumonia, hepatites A, B e C, HIV, SARS-CoV-2 e vírus transmitidos pelo mosquito da dengue, como zika e chikungunya, podem ser considerados estímulos. No entanto, a ciência ainda não tem uma compreensão precisa sobre o fenômeno.
O processo começa quando o sistema imunológico começa a atacar partes do sistema nervoso periférico, principalmente no envoltório – bainha de mielina. O resultado são sintomas como fraqueza muscular, formigamento, dormência e redução ou ausência de reflexos.
Qualquer músculo pode ser afetado, inclusive os respiratórios. “Isso pode levar à insuficiência respiratória em diferentes graus em até um terço dos pacientes”, explica o médico neurologista Roger Gomes, da Assistência Médica Ambulatorial (AMA) Especialidades Jardim São Luiz, gerenciada pelo Centro de Estudos e Pesquisas ‘Dr. João Amorim’ (CEJAM) em parceria com a Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo. Além disso, a doença geralmente afeta os nervos periféricos responsáveis pelo controle da atividade cardíaca e da pressão arterial, podendo causar arritmias cardíacas e hipertensão arterial aguda.
O reconhecimento precoce da síndrome é fundamental para iniciar o tratamento o mais rápido possível, a fim de evitar fraqueza prolongada, comprometimento dos músculos respiratórios e, nos casos mais graves, insuficiência respiratória com necessidade de intubação e respirador mecânico. Considerada rara e não contagiosa, tem baixa incidência no Brasil e atinge entre 1 e 4 pessoas a cada 100 mil habitantes anualmente. Os jovens e adultos entre 20 e 40 anos são os mais afetados.
