As doenças inflamatórias intestinais (DII) têm sido uma preocupação dentro da área da saúde devido ao aumento de casos em todo o mundo. Embora a etiologia dessas enfermidades ainda não esteja clara, as evidências disponíveis a partir de observações clínicas sugerem que ocorram como consequência da interação de fatores genéticos, imunológicos, microbiológicos e ambientais. Dentro deste contexto, os pesquisadores passaram a dar atenção também à possível influência da microbiota oral no aparecimento das DII. Afinal, a boca possui grande número de espécies bacterianas perdendo apenas para a microbiota intestinal.
No artigo de revisão científica Insight into the relationship between oral microbiota and the inflammatory bowel disease, pesquisadores chineses afirmam que a microbiota oral não exerce influência apenas na boca, tendo um impacto pronunciado na fisiopatologia da saúde em geral. Além disso, outros estudos demonstram as potenciais associações com as doenças inflamatórias intestinais que, por sua vez, podem afetar a composição da microbiota oral e levar a uma série de patologias orais.
Segundo a publicação da China, há uma variedade de microrganismos orais envolvidos no desenvolvimento e na progressão das DII. Dentre eles estão Streptococcus spp., Fusobacterium nucleatum, Porphyromonas gingivalis, Campylobacter concisus, Klebsiella pneumoniae, Saccharibacteria e Candida albicans.
Os autores pontuam que é preciso entender melhor os mecanismos da microbiota oral que podem levar ou exacerbar as DII. Dessa forma, será possível ajudar a medicina a ter informações adicionais sobre a detecção da microbiota como alvo para diagnóstico e tratamento. Assim sendo, esse conhecimento sobre a microbiota oral no aparecimento das DII poderá possibilitar, futuramente, uma nova abordagem na prática clínica.
Um exemplo é o uso de probióticos ou antibióticos para inibir microrganismos orais específicos, impulsionando o tratamento da DII. No momento, são necessárias mais pesquisas sobre a patogênese dessas doenças e, ao mesmo tempo, é preciso que os pacientes com DII mantenham a saúde bucal para prevenir o agravamento das enfermidades
