Coqueluche é altamente contagiosa

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Coqueluche é altamente contagiosa

Escrito por: Fernanda Ortiz

A coqueluche é uma infecção aguda transmitida por via respiratória e altamente contagiosa, causada pela bactéria Bordetella pertussis. Tendo como principal característica crises de tosse seca, a doença afeta especialmente crianças com até um ano de idade. Altamente contagiosa, a transmissão ocorre principalmente por meio de gotículas eliminadas por tosse, espirro ou até mesmo ao falar. De acordo com a literatura médica, o período de incubação do bacilo, ou seja, o tempo que os sintomas começam a aparecer desde o momento da infecção é de, em média, 5 a 10 dias – podendo variar de 4 a 21 dias e, raramente, até 42 dias.

O principal sintoma da coqueluche é a tosse seca e prolongada, que pode ser acompanhada de coriza, mal-estar, vômitos, cansaço, febre e falta de ar. Em casos mais graves pode ocorrer falta de oxigenação no sangue. O infectologista Francisco Ivanildo de Oliveira, gerente médico do Sabará Hospital Infantil, em São Paulo, afirma que a doença pode se manifestar a partir de sintomas similares aos de um resfriado. “Em estados mais críticos, a coqueluche pode causar pneumonia, convulsões, comprometimento do sistema nervoso central e até mesmo o óbito”, alerta.

Diagnóstico e tratamento

Como os sintomas iniciais podem se confundir com os de outras doenças respiratórias, a exemplo do resfriado, o diagnóstico é difícil. Portanto, quando o paciente apresentar tosse seca – um indicativo importante da doença – o médico deverá solicitar coleta de material de nasofaringe para cultura. Além disso, exames de PCR em tempo real, hemograma e raios-x de tórax podem ser necessários.

Por ser altamente contagiosa, o paciente com coqueluche precisa ficar em isolamento, evitando a transmissão para outras pessoas, além de manter-se hidratado e em repouso. “O tratamento é feito por meio de medicamentos diversos, que aliviam os sintomas e a tosse constante”, orienta o especialista. Em casos mais severos pode ser necessário o uso de oxigênio para tratar a falta de ar. 

Imunização

A vacina que protege contra coqueluche, difteria e tétano é oferecida gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Considerada de alta eficácia, a vacina é administrada em três doses: aos dois, quatro e seis meses de vida, com reforços aos 15 meses e aos quatro anos. Além das crianças, a vacina contra a coqueluche está indicada para profissionais da saúde e para grávidas a partir da 20ª semana de gestação, com a finalidade de proteger os recém-nascidos.

“O aumento da doença muito provavelmente está relacionado à baixa adesão à vacinação em todos os grupos, o que é preocupante já que essa é a principal ferramenta de prevenção”, alerta o infectologista. Só no Estado de São Paulo, de acordo com a Secretaria Estadual da Saúde, foram registrados 139 casos da doença até o dia 8 de junho, representando uma alta de 768,7% quando comparado ao mesmo período de 2023. Apesar de não haver um surto, é imprescindível que os órgãos de saúde estejam atentos aos números e invistam em campanhas que reforcem a importância de manter a carteira de vacinação das crianças em dia.

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